A Cia. Artista do Corpo investiga uma linguagem híbrida entre a dança e o teatro. Baseando-se em alguns estudos, dentre eles: dança-teatro de Pina Bausch, Método Souchard de RPG, técnica contemporânea de J. Limón, processo de ação física de Stanislavsk entre outros encenadores, estabelecendo um diálogo entre estas linguagens, buscando trabalhar a construção da cena a partir da prática corporal e alimentar a técnica contemporânea com a integração entre movimento e dramaticidade.

Diretora e coreógrafa da Cia. Artista do Corpo, Dinah Perry desenvolveu esta pesquisa após ter passado por diversas escolas e coreógrafos entre eles a Cia. de Danças de Diadema, Ivonice Satie e Ana Battoso, F.A.R. 15, Sandro Borelli, P.U.L.T.S., Jorge Garcia e Marcelo Bucoff, Núcleo OMSTRAB e Fernando Lee. No teatro trabalhou com os diretores Jairo Mattos, José Caprarole, José Wilker, além de coreografar e dirigir diversos espetáculos de dança e dança-teatro.

A Cia. conta já oito anos de pesquisa e aplicação, tendo realizado os espetáculos:
A Noite do Meu Bem – 2007 e 2008
Mulheres Alteradas - 2007
Ir aonde ir – 2007
Amor por Nelson - 2007
Por Um Triz – 2007
Sonhos de Uma Noite de Verão – 2006
Afrodites – 2006
Fração de Segundo – 2005
X, Y, A Verdadeira Diferença entre os Sexos – 2004
Retiro dos Anjos – 2003
Manifesto de Uma Pessoa Feliz – 2003
O Cavalo Na Montanha – 2002
Janelas Abertas – 2000/ 2001









REPERTÓRIO DE ESPETÁCULOS


IR AONDE IR
O mal-estar das relações contemporâneas faz do homem um ser cada vez menos humano. O indivíduo, em função das estimulações, excitações e agressões externas, acaba produzindo uma escalada progressiva de ataque e defesa nas suas relações. A comunicação entre as pessoas é hoje um aspecto que ganha destaque por sua relevância na qualidade de vida. Não raras vezes, assistimos assustados a episódios nos telejornais, expondo conflitos corriqueiros, próprios do cotidiano, que terminam em ações violentas, chegando, por vezes, às ultimas conseqüências. Esta situação é sintoma de um formato social preocupante, onde o imediatismo, a intolerância com a dificuldade, seja em que grau for assumem a tonalidade predominante nas relações pessoais. Em que momento nós deixamos de utilizar recursos como um simples aperto de mão, para nos comportarmos de modo irracional? Quando foi que a conversa, velha e boa conversa, saiu da pauta de nosso dia a dia deixando um espaço sem regras, dentro da dinâmica social?

O espetáculo de Dança-Teatro Ir onde iR aborda as relações entre os homens, um estudo sobre o comportamento do indivíduo dentro dos grandes centros urbanos, onde as relações humanas se diluem e se contaminam pela violência exposta em todos os muros. Será possível uma alternativa para esta situação? A elaboração da cena mescla linguagem teatral e dança, poemas, músicas e partituras corporais para tratar da atração e repulsão nas relações entre os seres humanos. A trilha sonora é marcada por composições contemporâneas em contraponto à música classicista de Mozart.



POR UM TRIZ

Quando a ansiedade transforma o cotidiano numa batalha contra nós mesmos, o que fazer?
Fugir? Gritar? Esquecer? Sorrir? Gargalhar?
POR UM TRIZ é um estudo sobre o ser humano em conflito com suas inseguranças e desamores. Baseado no poema “Espera” de Dinah Perry (que assina o texto e a coreografia) o espetáculo nos apresenta um grupo de mulheres em busca da solução para suas ansiedades.
Com cenas independentes, sempre contrapondo situações cômicas ao stress cotidiano, o diretor Jairo Mattos transforma a cena em um diálogo entre a dança contemporânea e o teatro. O espetáculo tem cenário e iluminação de Aloísio Burtim, figurinos de Vânia Gnaspini e trilha sonora original composta por Aguinaldo Bueno.
“A partir do poema desenvolvi um roteiro, criando cenas independentes, onde diversas personagens ocidentais vivem momentos de ansiedade e conflito, tendo como contraponto uma personagem que pontua o espetáculo através da comicidade. É um espetáculo de dança contemporânea com elementos teatrais, texto e composição de personagens”, afirma a autora e coreógrafa Dinah Perry.
“É uma experiência tranqüila e fascinante a proximidade da dança contemporânea com o teatro, em busca de um resultado que permita uma comunicação direta com o público. A liberdade de criação com as bailarinas e a possibilidade de transformar um esboço em personagem de fato, tem sido as linhas mestras de nossa pesquisa”, declara o diretor Jairo Mattos.
POR UM TRIZ estreou com a temporada no teatro Augusta em 2007 e logo depois continuou a temporada no teatro Fábrica São Paulo com excelente retorno de público.

http://agendacult.wordpress.com/2007/06/28/



EVA DE PEDRA

“A mulher é um reflexo de todas as graças da natureza condensadas num único ser; é o objeto de admiração e da curiosidade mais viva que o quadro da vida pode oferecer ao contemplador. É uma espécie de ídolo, talvez estúpido, mas maravilhoso, encantador, que mantém os destinos e as vontades presas ao seu olhar.” (BAUDELAIRE, 1993).

Eva de Pedra apresenta diferentes aspectos do feminino associados à poética do movimento. Um diálogo entre as linguagens da dança e do teatro que tem o arquétipo do feminino como fio condutor, representando diferentes estados de amadurecimento da mulher.
Uma investigação profunda de movimentos e diferentes linguagens de dança para retratar diferentes faces/fases da mulher contemporânea. Um espetáculo solo, que comenta o ciclo de vida e as representações da mulher na sociedade atual. Para esse processo de pesquisa aprofundado em diferentes linguagens de dança o espetáculo conta com a extensa carreira da intérprete que traz em seu corpo toda uma vida de estudos dedicados à dança e ao teatro.
A trilha sonora é toda composta por diferentes valsas de Chopin pontuando as metáforas do feminino em cena ora acompanhando ora descaracterizando as partituras corporais.




A NOITE DO MEU BEM

Baseado na obra de Nelson Rodrigues, o espetáculo A NOITE DO MEU BEM aborda o amor e a relação homem mulher por meio dos personagens do autor. Com direção de Jairo Mattos, montagem reúne os atores Dinah Perry, que assina a criação e concepção do trabalho, e Paulo Goulart Filho, que além de dividir a cena com a atriz, também é responsável pela adaptação do texto.
A NOITE DO MEU BEM busca na essência do texto, a base da sua construção dramatúrgica, coreográfica e musical, oferecendo uma variada gama de interpretações e reflexões sobre a relação humana, com todo humor, drama e tragédia inspirado na obra de Nelson Rodrigues. “Escolhemos Nelson porquê seus personagens são intensos, cheios de emoção e de muita verdade. Contam a depressão humana e nos levam a uma reflexão profunda, visto que Nelson é atual”, afirma a atriz Dinah Perry.
Montagem dá continuidade à proposta de linguagem desenvolvida por Dinah e Paulo, fundindo o teatro à dança contemporânea, iniciada com os espetáculos O Cavalo na montanha, de José Antônio de Souza (Prêmios Avon-color de maquiagem 2003, indicação ao Shell de música 2002) e X Y, a verdadeira diferença entre os sexos (2004).
“Em A NOITE DO MEU BEM aprofundamos e desenvolvemos ainda mais esta linguagem, dando assim uma nova visão e roupagem à obra de Nelson Rodrigues, sem perder sua força dramática e teatral. A busca pelo amor sempre esteve presente em suas peças, e no espetáculo discutimos valores e crenças sobre o amor verdadeiro por meio dos personagens criados por ele”, afirma o ator e responsável pela adaptação do texto Paulo Goulart Filho.
“A montagem segue uma linha já definida pelos trabalhos anteriores dos interpretes, ou seja, textos teatrais associados ao trabalho corporal pesquisado por eles. Estamos trabalhando as personagens como uma partitura/coreografia, relacionadas diretamente a cada personagem, detalhes importantes como temperamentos distintos, tempos, silêncios e pausas durante o percurso percorrido pelos intérpretes”, afirma o diretor Jairo Mattos.

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